Os números do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) retratam o tamanho dos desafios da educação no Brasil. O desinteresse dos estudantes, a evasão e a necessidade de investimento em equipamentos, materiais e formação de educadores são exemplos contundentes de causas e consequências da falta de articulação e interesse público para alavancar o que seria a saída mais viável para a desigualdade social de um país tão diverso e extenso.
O ano de 2022 foi marcado pela obrigatoriedade da implantação do novo ensino médio, proposta carregada de ações e intenções apontadas há anos por educadores como necessárias para a atualização e melhoria da educação no país, destacando o aumento da carga horária, a flexibilização curricular e a mudança dos processos avaliativos como pontos principais.
A reforma, na complexidade do cenário educacional brasileiro, tem encontrado desafios, principalmente no que diz respeito a compreensão da proposta como um todo.
O Novo Ensino Médio será dividido de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de caráter obrigatório, e Itinerários Formativos (Trilhas de Aprendizagem), escolhidos pelos próprios estudantes.
Entre as principais mudanças estão o aumento da carga horária, a reorganização das disciplinas em áreas do conhecimento, os Itinerários Formativos e o Projeto de Vida.
O novo modelo demanda uma série de mudanças nas escolas, como:
- Proposta de um novo currículo;
- Mudanças no conteúdo das disciplinas;
- Adaptações na infraestrutura da escola;
- Formação técnica profissional;
A inquietação dos pais diante das mudanças, aponta para a necessidade, por parte da maioria das escolas, de construir uma cultura na comunidade, para além do ensino médio, que aumente o interesse em conhecer os currículos, a intencionalidade e as demandas atuais da educação frente às transformações sociais e econômicas. Sinalizando a importância de um ensino por habilidade, competência e personalizado, abalando a tradição de uma educação competitiva, numérica e ranqueada.
Nos bastidores escolares, o desafio também é grande. O momento é complexo e exige cuidado – alterar a proposta com “o carro em movimento” - requer um repensar das concepções pedagógicas, práticas de sala de aula e currículo. E isso tudo demanda tempo e muito estudo.
Os obstáculos para a implementação da proposta do novo ensino médio são diversos, porém não podemos perder de vista a potencialidade dessa proposta.
Assim, o primeiro desafio é garantir que todos os envolvidos, entre alunos, família, professores e gestores entendam as mudanças por completo e os benefícios do novo modelo.
Gostou de saber sobre o Novo Ensino Médio e os desafios para sua implementação? Compartilha com a gente quais são as suas dúvidas.
Psicopedagoga Luciana Nunes Vaccari Avi - Formada em Pedagogia, Mestre em Educação Especial, com especialização em Psicopedagogia e ABA (Análise Comportamental Aplicada) com mais 25 anos de atuação na área educacional, como professora, coordenadora e diretora escolar, atende crianças e adolescentes com dificuldade de organização com os estudos, dificuldades de orientação e escolha profissional, dificuldades e atrasos de aprendizagem, TDAH, TEA e síndromes diversas. Instagram e Facebook @luciananunesvaccari